sábado, 27 de fevereiro de 2010

LUIS FILIPE ex-guarda redes do G.D.Montijo com António João CARDOSO "Cabaça"


Quando se abusa, normal: é defeito da máquina fotográfica!!


Ex-FURRIEL ATIRADOR Zulmiro Vieira in C.M. "A minha guerra"



“Eu fiquei quando ia voltar pelo Natal” (Zulmiro Vieira - Guiné 1971-1973)
Revoltado na Guiné

“Eu fiquei quando ia voltar pelo Natal”

Triste. Estava para apanhar o avião a tempo de passar a quadra com a família, quando fui obrigado por um capitão a passar mais 15 dias no mato.

Aminha guerra começou quando assentei praça na Escola Prática de Cavalaria em Santarém, para tirar o Curso de Sargentos Milicianos, no dia 6 de Abril de 1970. Após a recruta fui para a Escola Prática de Artilharia (EPA), em Vendas Novas, fazer a especialidade de atirador, a qual terminei em Setembro seguinte, no 5º lugar da classificação. Este resultado permitia-me alimentar a esperança de não ser mobilizado para a guerra. Mas acabei por partir e até vi o meu regresso ser atrasado, ao fim de quase dois anos, por causa de um capitão.


Fiquei na EPA até Dezembro de 1970 a dar instrução a um Curso de Atiradores e, no final desse mês, fui transferido para a minha unidade, o Regimento de Artilharia Ligeira de Lisboa (RAL1). Em Janeiro de 1971, eu e 13 cabos milicianos ‘não mobilizáveis’ fomos colocados em Torres Novas, com funções administrativas, para organizarmos a documentação dos batalhões e companhias que seguiam para o Ultramar. Apesar de ir para mais longe de casa fiquei bastante satisfeito, porque era mais uma indicação de que não seria mobilizado. Pura ilusão. Em meados de Fevereiro de 1971 fui destacado para a Guiné em rendição individual, afim de substituir um furriel miliciano na Companhia de Caçadores 11 (Africana).

Embarquei no navio Niassa a 31 de Março e cheguei a Bissau a 6 de Abril. O cenário não era nada animador, mas, felizmente, foi uma comissão de 21 meses sem grandes sobressaltos, embora logo à chegada a Nova Lamego (Gabu) – em trânsito para a minha companhia – tenha visto sete mortos, vítimas de uma emboscada a um pelotão da milícia africana. Mais tarde, quando seguia de Paunca para Paiama, integrado numa coluna auto de reabastecimento, pude perceber o perigo constante que corríamos: na noite anterior tinha chovido torrencialmente e uma mina anticarro ficou a descoberto, poupando-nos a dissabores.

Os últimos quatro meses de comissão foram os piores, em especial ao nível psicológico. Vi partir para a Metrópole, por terem terminado a comissão, todos os brancos que faziam parte da companhia, ficando apenas eu com os seus substitutos. Nessa altura, e porque o novo comandante de companhia (o capitão Toucas) quis aproveitar a minha experiência de 17 meses, deixei de efectuar operações e dediquei-me a coadjuvá-lo na organização da companhia. Foi uma tarefa muito difícil, porque a generalidade dos meus novos camaradas não tinha vocação para integrar uma unidade africana, apesar de terem feito um estágio com esse objectivo em Bolama.

Os militares brancos não tinham sensibilidade para lidar com os africanos, que se revoltaram com as atitudes de alguns oficiais portugueses. Nos casos mais graves chegaram a verificar-se ameaças de morte. Recordo-me de pelo menos duas situações em que fui obrigado a intervir, falando com os militares brancos e africanos para evitar consequências de grande gravidade. Mais tarde, já na Metrópole, tive conhecimento de que se verificaram problemas na companhia, precisamente pela falta de condições dos nossos militares para lidar com os africanos. Mesmo depois de terem sido os primeiros a fazer um curso de formação sobre a melhor forma de gerir estas relações.

A poucos dias do regresso a Portugal, 23 de Dezembro de 1972, passei por uma situação que me deixou bastante revoltado. Estava em Bissau, preparado para apanhar um avião a tempo de passar o Natal em família, quando fui abordado pelo meu capitão. Como só acabava a comissão em Janeiro, disse-me que ainda não podia abandonar a Guiné. Depois foi falar com o chefe do Estado-Maior e obrigou-me a voltar para o mato mais 15 dias. Na deslocação em coluna para a companhia, entre Paunca e Pirada, foram levantadas várias minas anticarro, o que me deixou ainda mais desvairado com a atitude do capitão, pois podia ter-me acontecido alguma fatalidade pelo caminho.

Regressei, finalmente, à Metrópole no dia 6 de Janeiro de 1973, num avião comercial. A ansiedade do regresso era tão grande que paguei a viagem para não ter que esperar por um transporte militar.

Passaram 37 anos. E gostava de rever alguns dos meus ex-camaradas com quem nunca mais tive a oportunidade de contactar, nomeadamente os ex-furriéis Teixeira, Freitas, Serafim, Abrantes, Barroso e Torres, o capitão Almeida, os ex-alferes Barbosa e Nelson Ribeiro e os ex-cabos Romeu, Tomás e Encarnação.
AGORA DEDICA-SE AOS SEGUROS

Zulmiro Vieira é natural e residente no Montijo. Completou o antigo Curso Comercial com 16 anos e empregou-se numa companhia de seguros de Lisboa, onde permaneceu até aos 44 anos. Em seguida, dedicou-se à mediação de seguros por conta própria, tendo constituído uma mediadora, em 1997, da qual ainda é sócio-gerente. Casou-se em 1974, um ano após regressar, e tem uma filha, com 27 anos. Nos tempos livres gosta de se dedicar à pesca no mar ou à caça. Aprecia também todo o tipo de publicações que estejam relacionadas com a Guerra no Ultramar.

Zulmiro Vieira - Guiné 1971-1973







Fotos gentilmente cedidas por Zulmiro Vieira ex-fur.mil CCAÇ.11 Paúnca

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Poesia AUTOR: Francisco Santos


ANO 2007- CONCENTRAÇAO DA C.CAÇ.557
EM MONTIJO
Mais uma operação na calha
Não pensamos em desaire
No restaurante “A GRALHA”
Vamos vencer a batalha
Na "guerra" de Mira de Aire

Para ao ataque passares
Põe a modéstia de parte
Organizaram com seus pares
O nosso comandante Ares
E o nosso oficial Goulart

À ordem se obedeceu
Há quarenta e quatro anos
Muita coisa aconteceu
Que a malta resolveu
Diminuindo os danos


Naquela Guiné distante
A luta não são só tiros
Sobrevivência era constante
O vencer era importante
De livrarmo-nos de muitos virus

Com o calor nas orelhas
Não fomos fazer turismo
Enfrentámos as abelhas
Com nossas grandes guedelhas
E os riscos do paludismo

Mas hoje nesta parada
A nossa luta é medonha
A espingarda é sanada
Atacamos à dentada
Com um sorriso na fronha



Vencemos formigas estranhas
E outros bichos esquisitos
Ficámos presos nas bolanhas
Lutámos com matacanhas
Impigens , também mosquitos


De tudo, o que marcou mais
Foi a nossa sorte incerta
No Como fomos os tais
A viver como animais
Naquela ilha deserta


Era só de embarcação
Esperando pelas marés
Que ia uma secção
À água, e aí então
Alvejavamos os jacarés


Porque os bons amigos são
Aqueles que têm a arte
De não arranjar confusão
Como o nosso Capitão
E o nosso Alferes Goulart


Autor: Francisco Santos

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

DANIEL PEREIRA BA:12
















São: João António Cristina Pinto (BAT.ENGª.447), Américo DIMAS da Silva, Grilo, António João CRESPO (falecido),António Manuel TS RAMOS e Augusto TIAGO ( ambos BAT.ENGª.447),Manuel Oliveira BAPTISTA (Faias), Jorge Sousa "Saraiva", Daniel PEREIRA e Eduardo T. RIBEIRO.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Comando Naval Bissau Manuel Cola

Regresso das tropas (ao largo de Tenerife) foto de Ventura cripto 2540

Funchal Regresso dos militares após a comissão


Autores das fotos


Companheiro ANTÓNIO JOÃO CRESPO (Falecido)









BLOG
Está ainda em construção não por falta de tempo mas por falta de experiência e conhecimentos no (do) assunto.
Pretendo reunir o máximo ( ou todos os elementos das pessoas da "nossa" terra (eu sou alentejano) que aqui
vivem agora (e os falecidos) e viveram antes da ida para a Guiné. PARA os "aldeanos" e ainda os outros que
escolheram esta terra para viver e que em comum lá estivémos na bolanha. Até agora a +maior parte das fotos
é do n/ Amigo já falecido da F.A.P -BA12 António João Crespo. Os versos são de um amigo +velho (V.C.C.)
POETA Francisco Santos de Sarilhos Grandes ( da CCaç. 557) que esteve na Operação Tridente na Ilha do Komo
em 1963 (?) e que (não) comeu o pão que o Diabo amassou !! ??? Só bolachas e ração de combate!!
Faltam as legendas p/ começar a identificar o pessoal; também não conheço Todos. E ainda , penso eu, só
utilizei 1% dos Megas de que disponho. Mui Grato jmfélixdias S.F.
Alcochete

António José Carvalho (ex-BPA)

Daniel Marques Sobral 2538 Susana "TIGRE"


A.M. Carapinha Fonseca C.Polícia Militar 2537 Amura